Verdadeira noite de clássico em Alvalade, um jogo com todos os ingredientes: Tensão pré-jogo, duas equipas guerreiras e…maçãs! O público de Alvalade decidiu brindar a equipa Portista com maçãs, numa verdadeira alusão ás palavras do seu presidente à uns meses atrás!
Villas-Boas surpreendeu ao deixar Fucile no banco, quando tudo apontava para que fosse o Uruguaio a substituir o seu compatriota Álvaro Pereira no lado direito da defesa Portista, lançando assim Emídeo Rafael no 11 inicial. Quanto ao Sporting, Postiga fez dupla com Liedson, depois de no último jogo ter relegado o Luso-Brasileiro para o banco de suplentes.
O jogo começou dividido, com as duas equipas a lutarem muito a meio campo, enquanto o público Sportinguista travava uma luta interessante com..Moutinho! O internacional português protagonista da transferência sensação do último verão encontrou um ambiente hostil, sendo verdadeiramente assobiado e apupado cada vez que tocava na bola.
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Com o passar do tempo, o Sporting viria a tomar conta do jogo e a jogar mais perto da baliza de Helton, sendo que o factor casa aliado a um espírito motivado pelo o facto de poder ser a primeira de vinte e uma equipas esta época a poder vencer o FC Porto, fez com que o Sporting do primeiro tempo fosse um Sporting pressionante, a não deixar a equipa Portista fazer o seu jogo e é aí que reside o segredo: O Sporting não deixou que a equipa Portista efectuasse o controlo da bola como tanto gosta.
Ainda assim, a primeira grande oportunidade do jogo pertence ao Porto, ao minuto 9 Belluschi faz um excelente passe para Radamel Falcao, ficando frente a frente com Rui Patrício, o colombiano atirou ao lado da baliza Sportinguista desperdiçando assim a oportunidade do FC Porto inaugurar o marcador.
Daí para a frente só deu praticamente Sporting, a pressão exercida sobre o meio-campo Portista começou a dar cada vez mais resultado e numa sequência de remates sobretudo pelos jogadores centro-campistas da equipa leonina, o Sporting chega ao golo, Rui Patrício faz uma reposição longa da bola e isola Valdés que com um toque de joelho fica frente a frente com Helton, mas ao contrário de Falcao não falhou, estava inaugurado o marcador em Alvalade, o Sporting saía na frente, neste lance dá a ideia que no momento do passe, Valdés encontra-se ligeiramente adiantado em relação ao último defesa do FC Porto.
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Mas o domínio do Sporting no primeiro tempo não se caracteriza só pelo golo, já antes Pedro Mendes ameaçou, com um grande remate de fora da área enviando a bola à trave de Helton, remate espectacular que talvez merecesse outra sorte.
O inicio da segunda parte acusava um rumo diferente do jogo, o Porto entrou mais pressionante e com vontade de escrever uma história diferente no jogo criando assim uma sequência de lances em que podia ter feito a igualdade, destaque ao minuto 53 em que Falcao desvia a bola de Rui Patrício que necessitou de fazer uma defesa a dois tempos para evitar que a bola entrasse na baliza Sportinguista.
Falcao ameaçava e quatro minutos depois o FC Porto empata o jogo, Maniche cai depois de um choque com Fernando, a bola sobra para Moutinho que com o passe a rasgar para a esquerda dá a bola a Hulk que cruza rasteiro para os pés do matador Colombiano e a bola termina no fundo das redes Sportinguistas, estava feito o empate no jogo.
Mas na história do jogo, o momento mais importante ainda estaria para vir:
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Decorridos 68min de jogo, Maicon é expulso por alegada falta a Yanick Djaló após uma perda de bola em que o avançado leonino que teria entrado minutos antes para render Pedro Mendes ficaria isolado para a baliza. As repetições televisivas mostram que mais uma vez o Juiz Jorge Sousa decidiu mal, porque o defesa central Brasileiro não faz falta, cartão vermelho mal assinalado que acabou por dar outro rumo ao jogo.
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O jogo tornara-se diferente a partir deste lance, o Sporting cresceu no jogo, Villas-Bas vê-se obrigado a tirar Falcao do jogo para reforçar a defesa que ficara desfalcada fazendo entrar Otamendi e o FC Porto nunca mais foi o mesmo no jogo.
Com este crescimento, o Sporting voltou a fazer o pressing com que terminara a primeira parte, estando sempre mais perto do segundo golo, a equipa Portista defendeu como pode e soube, depois de estar reduzida a dez elementos.
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De destacar também o minuto 73, Jorge Sousa dá ordem de expulsão a Villas-Boas, que pela segunda vez esta época é expulso, sendo que a primeira coincide também com outro empate do FC Porto, desta forma em Guimarães.
Daqui até ao final do jogo não há muito mais a contar, o Sporting terminou os últimos 10 minutos da partida em cima do jogo, à procura do segundo golo, num jogo muito agressivo de ambas as partes, com bastante luta entre os jogadores, com algumas decisões polémicas e muita tensão dentro e fora das quatro linhas e é disso que um verdadeiro clássico é feito.
CONCLUSÃO:
Tendo isto em conta, pode então afirmar-se que o empate se ajusta aquilo que foi o jogo, apesar de no compito geral, o Sporting atacou mais que o FCPorto, sendo a equipa Portista superior no inicio da segunda parte até ao lance da expulsão do Maicon
LANCES POLÉMICOS:
Jorge Sousa não tinha vida fácil neste clássico, as suas decisões mais polémicas podem eventualmente ter mudado o rumo do jogo, o golo do Sporting e a expulsão de Maicon, são lances que podem dar várias interpretações dependo da cor clubística de cada um.
Muitos cartões amarelos, alguns desnecessários e outros por mostrar, num jogo aguerrido e duro, talvez uma política que tenha de ser revista pelos árbitros Portugueses.
Jorge Coroado:
Valdés, no momento da assistência de Patrício, estava em posição irregular. O pontapé foi longo, e isso originou a distracção de José Ramalho, que não prestou atenção à movimentação do atacante. Na sequência, Valdés jogou a bola com o tronco e não com o braço, como foi pretendido por Helton.
Maniche incorreu em conduta violenta, pois não tinha a bola à sua mercê e foi deliberado no gesto efectuado.
Os pressupostos para vermelho não estavam reunidos: distância e enquadramento com a baliza, domínio de bola. Havia outro portista na jogada.
Pedro Henriques:
Um lance de difícil análise, porque a bola vem de um passe feito a mais de 50 metros de distância. Contudo, Valdés, no momento do passe de Rui Patrício, está mais perto da linha de baliza do adversário do que a bola e o penúltimo adversário, ou seja, estava em fora-de-jogo. Valdés nunca tocou a bola com a mão.
Maniche faz uma falta grosseira, ou seja, entrou de sola, por trás, na perna de João Moutinho. Lance passível de exibição de cartão vermelho.
Maicon inicialmente tocou na bola, mas de seguida rasteirou Liedson, destruindo assim uma clara oportunidade de golo, pois o adversário ficava isolado.
Paulo Paraty:
Apesar de os jogadores do FC Porto reclamarem que Valdés jogou a bola com a mão, tal não aconteceu. E é um facto que o assistente é traído pela grande distância que a bola percorreu até chegar a Valdés, não punindo a sua posição inicial de fora-de-jogo.
Através da repetição da televisão, percebemos a imprudência de Maniche. Justificava-se, no mínimo, a exibição do cartão amarelo.
Apesar de não ser visível, na TV, a falta de Maicon, o cartão vermelho parece exagerado. Liedson, sem a bola controlada e longe da baliza, não estava isolado.
Texto: Hugo Pinto (BestOfFutebol)
Villas-Boas:
[Um jogo com muitos casos, a expulsão de Maicon foi decisiva?]
- A expulsão do Maicon acontece no nosso melhor período, depois tivemos de nos readaptar ao jogo e os nossos objectivos passaram a ser outros. Parece-me claro que há lances a analisar. Deixo ao vosso critério as vossas análises, depois vou ler. Quanto à minha expulsão, parece-me um pouco injusta. Disse apenas que achava escandalosa e gritante a dualidade de critérios que estava ter. O Sporting apresentou-se de forma agressiva, no sentido positivo, mas quando passa dessa agressividade para a caça ao homem, o árbitro tem de intervir. Foi uma perseguição a Moutinho, pura caça ao homem. Agressões atrás de agressões, pisadelas e empurrões. Não digo vermelhos, mas ficaram amarelos por mostrar. Sem tirar mérito à forma como Sporting se apresentou na primeira parte. Uma boa primeira parte do Sporting, uma boa segunda parte do F.C. Porto até à expulsão do Maicon.
[O facto do F.C. Porto continuar invencível, continua a ser um tónico para os adversários?]
- Acredito que sim. É um bom tónico motivacional. Não sei onde foram buscar a ideia que um dos nossos objectivos é terminar o campeonato sem derrotas. Um dia chocaremos com a derrota. Só as equipas que roçam a perfeição acabam um campeonato sem derrotas.
[É a segunda falha de Maicon, já tinha sido expulso na Turquia]
- Penso que não, a falta não é assim tão clara. O Liedson é um jogador experiente, sabe utilizar o mínimo contacto para cair. Tenho de acreditar no meu jogador. O Maicon diz que não lhe tocou. Ele não viu a pressão chegar, são lances que podem acontecer.
Paulo Sérgio:
[O Sporting quebrou na segunda parte?]
- Não concordo. É normal que com o resultado em 1-0, frente a uma excelente equipa, quando não tens bola, juntes as linhas e te prepares para atacar e matar o jogo. É lógico que o Porto ia tentar equilibrar o resultado na segunda parte. Fizemos um jogo tacticamente perfeito até à expulsão de Maicon, com excepção para o lance que dá o golo do Porto. Não recuámos para a última linha como tão bem fizemos durante toda a partida. Há muito demérito da forma como defendemos esse lance. Há três jogadores que atacam a bola e deixam um sozinho nas costas. Depois da expulsão cometemos outro erro. O F.C. Porto na Turquia foi elogiado por jogar com dez e por ganhar por 3-0. Foram só flores. Com superioridade numérica não se dribla, troca-se a bola. Tivemos elementos a abusar da posse de bola e não a rodar para criarmos situações de golo. Ainda criámos algumas situações, mas não aquelas que podíamos ter criado. O Porto foi muito bem anulado pelo nosso posicionamento, mas não ganhamos o jogo porque não soubemos rodar a bola.
[Não ficou satisfeito com o resultado?]
- Saio insatisfeito com o resultado e pelo erro que comentemos quando sofremos aquele golo e na má opção de optarmos pelo drible em superioridade numérica. No um contra um anulas a superioridade numérica. Tínhamos muito terreno para rodar a bola, houve gente a agarrar-se à bola estupidamente.
[Treze pontos de atraso, o Sporting está fora do título?]
- O Sporting está a trabalhar a partir de amanhã para vencer o Lille e garantir a continuidade na prova. É o jogo que temos a seguir, é a nossa filosofia de trabalho. Não fomos inferiores ao Porto e os erros que cometemos mais graves foram contra outros adversários, não foram contra o Porto. Sinto-me desiludido porque merecíamos hoje ter saído daqui com outro resultado. Fizemos dezasseis remates conta oito. Temos mais uma bolas nos ferros, é uma sina esta temporada.
Maniche:
«O F.C. Porto marcou na única ocasião que teve e, pelo futebol que demonstrámos hoje aqui, não merecemos estar tão afastados do primeiro lugar. É o futebol, há que continuar a trabalhar, a acreditar, ainda falta muito campeonato, sabendo que as coisas estão difíceis, mas há que lutar domingo a domingo sempre a pensar na vitória.»
[Se houve agressividade excessiva do Sporting]
«Não comento essas situações. O que se passa dentro de campo acontece em segundos, ninguém joga para magoar ninguém, somos profissionais, podemos magoar mutuamente jogadores, mas ninguém entra em campo para provocar danos a ninguém, isso é uma afirmação que não tem pés nem cabeça.»
[Expulsão de Maicon]
«O F.C. Porto recuou bastante, jogou em contra-ataque, demos tudo, o nosso melhor, tentámos atacar, não só pelas linhas como pelos pontas-de-lança, mas não conseguimos ter uma oportunidade clara como na primeira parte.»
[Se é o adeus ao título]
«Não. Há que continuar a trabalhar. Estamos muito longe do primeiro lugar mas há que dignificar a camisola que vestimos e, nesse caso, o Sporting vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance.»
Evaldo:
«Acho que o Sporting fez um grande jogo e demonstrou o seu valor. Agressivos? Foi um jogo normal, isso não é verdade. Demonstrámos que a equipa está forte. O que falta? Trabalhar muito para conseguir um pouco mais de sorte. Ainda falta muito campeonato. Todos trabalharam, correram atrás do resultado, é uma grande resposta do grupo.»
[Duelo com Hulk]
«Não foi só o Hulk. O Sporting esteve muito bem.»
Falcao:
«O árbitro foi muito permissivo e eles chegaram ao golo, num fora-de-jogo claro. No segundo tempo, quando estávamos no nosso melhor momento, chegou a expulsão do Maicon. Viu o vermelho numa falta normal, quando houve muitas faltas mais perigosas durante o jogo. Naquele momento, o F.C. Porto estava a dominar completamente o jogo. Ainda não afastámos o Sporting, há muitos pontos em disputa e temos de pensar nos jogos que temos pela frente.»
Varela:
«Foi um bom resultado, num campo difícil. Pontuámos e isso é importante. Penso que o árbitro acabou por deixar passar lances que seriam a nosso favor e isso dificultou o nosso trabalho. Sabíamos que o Sporting ia querer entrar forte, mas depois conseguimos dar a volta, sofremos um golo em fora-de-jogo e isso complicou o nosso trabalho. O objectivo é sempre pontuar e o resultado acaba por ser positivo. Tirando as maçãs, acho que a recepção ao Moutinho foi normal.»
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