sábado, 15 de janeiro de 2011 | | By: BestOfFutebol

Sporting vs Paços Ferreira 2-3

Cinco meses depois e 14 jornadas pelo meio, o Sporting volta a perder com o P. Ferreira, no reencontro de Alvalade, a marcar o arranque da segunda volta. Cinco golos, uma grande penalidade mal assinalada (e convertida), outra por assinalar e muitos assobios para a actuação de Luís Catita e, no final, aos jogadores e direcção do Sporting, marcaram um desafio disputado até ao último minuto, mas que não serve as contas do leão.

Pelo caminho fica a inédita série vitoriosa do Sporting, após três jogos sempre a ganhar, que, ainda assim, segura o terceiro lugar, com 28 pontos, mais três que o V. Guimarães e quatro que a U. Leiria, que joga neste domingo. O P. Ferreira, que não vencia há três jornadas e fora desde a 7ª ronda, fez por merecer os três pontos conquistados em Alvalade.

Embalado por três vitórias seguidas no campeonato e pela consistência/maturidade em campo que até ao empate com o F.C. Porto escasseava, o Sporting apresentou-se convicto de que a quarta se seguiria.

Paulo Sérgio recuperou quase a totalidade da equipa que venceu o Sp. Braga na ronda anterior, com as únicas alterações de Maniche por Zapater e Diogo Salomão no lugar de Postiga e o 4x4x2 a transformar-se num 4x2x3x1. O miúdo que Paulo Sérgio tanto quer preservar jogou mesmo de início, naquela que foi o seu terceiro jogo a titular. Também Rui Vitória optou por poucas alterações, com André Leão a relegar Filipe Anunciação para o banco, única mudança registada.

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Que o Sporting dominou nos primeiros 15 minutos não há dúvidas, mas que podia ter feito muito mais até ao intervalo também não, mesmo frente ao sempre destemido P. Ferreira.

Logo aos dois minutos, Liedson, lançado por Valdés, um denominador comum a todas as jogadas de perigo do leão, falhou por centímetros o golo inaugural. Um desfiar de assistências e remates do chileno, com Cássio a brilhar do lado contrário.

1ª Parte:


Mas o leão baixou a guarda frente a um adversário que nunca se dá por vencido. O P. Ferreira começou a aproximar-se com perigo da baliza de Rui Patrício, mas foi de longe, muito longe, que abriu o marcador.

Aos 28 minutos, um grande golo, a recordar Guarín, desta feita uma bomba de Samuel a bater Rui Patrício, uma remate frontal com a bola a sair junto ao canto superior direito da baliza.

O duelo Cássio/Valdés reacendeu-se por esta altura, com o guarda-redes brasileiro a adiar o empate por três vezes em apenas dois minutos. Sempre o chileno a rematar, sempre o brasileiro a defender. Só aos 42 minutos, Cássio cedeu, por fim, mas numa recarga de Liedson, após mais uma defesa, agora incompleta, a remate de Valdés.

A um minuto do intervalo, a primeira decisão polémica do árbitro Luís Catita, a assinalar uma grande penalidade inexistente de Polga sobre Rondon e consequentemente convertida por Manuel José. Recordações da mão de Ronny...

2ª Parte:


Mais uma vez o Sporting a desperdiçar no arranque do segundo tempo, com Valdés a rematar de primeira para fora, mas agora a marcar primeiro.

O chileno mostrou o caminho, Liedson preferiu deixar nas mãos de Diogo Salomão e o jovem avançado encarregou-se de assinar o empate.

Paulo Sérgio trocou Maniche por Saleiro à procura da vitória e o avançado foi protagonista de mais uma decisão polémica de Luís Catita. Saleiro é puxado na área pacense, mas o árbitro, desta vez, nada assinalou.

Uma grande defesa de Rui Patrício aos 75 minutos negou o terceiro ao Paços, por Nelson Oliveira, mas foi um contentamento de curta duração. A oito minutos do fim, um ataque pela direita terminou no pé esquerdo de Pizzi, que sentenciou o desafio.

Destaques Individuais:

Maykon
Vukcevic deu trabalho, mas Maykon respondeu ao leão com prego a fundo no ataque e cruzamentos perigosíssimos para a área. O «penteado moicano» foi quem começou a inverter a tendência em Alvalade, ao passar por João Pereira e a fazer os «castores» acreditar que era possível pontuar. Teve vários lances em que ganhou a linha de fundo e, mesmo sem influência directa no primeiro e, muito menos, no segundo, foi quem mais desequilibrou a formação leonina, que durante muito tempo correu atrás de Maykon... e do resultado também.

Pizzi
Se Maykon aparecia de trás, Pizzi também veio do espaço vazio para abater o leão em Alvalade. Apontou o golo do triunfo, num remate certeiro, vindo da retaguarda. Só por isso, pelos três pontos, tinha de ser uma figura, mas a verdade é que combinou bem na esquerda do Paços com Maykon para, em conjunto, levarem a equipa para a frente até à vitória final.

Guarín?
O destaque não é para Guarín, mas sim para Samuel, que imitou o golo do colombiano do FC Porto ao Marítimo. Melhor ainda, o destaque vai para o pontapé do central. Com menos efeito, mas com força idêntica, entrou nas redes de Alvalade, com Patrício a queixar-se que não viu a bola partir. Se viu ou não, não sabemos, mas que o pontapé foi forte e certeiro e pareceu-nos um grande golo, lá isso pareceu.

Valdés
Joga com o 15 e talvez passe por aí a explicação de como ilude os adversários, quando joga naquele meio termo entre a linha média e o ataque. Na verdade, não é um dez à antiga, mas é (foi) um apoio importante tanto ao ponta-de- lança. Começou com um cruzamento fantástico para Liedson, rematou quatro vezes e fez Cássio brilhar em três e meia delas. Sim, porque na última, a bola vinha difícil, o guarda-redes não segurou e Liedson meteu a bola nas redes. Meia assistência para o chileno, que encheu o campo e foi o homem mais perigoso do leão. Notável a capacidade para vir buscar Pizzi, quando ainda havia nulo. Os aplausos não foram como se tivesse marcado um golo, mas foram o reconhecimento justo de um 15 trabalhador. Depois, descobriu Salomão para o 2-2, ou seja, não marcou, mas esteve nos dois golos do leão. Podia ter estado noutros, mas Cássio foi mais forte no duelo.

Liedson
Outra vez na solidão, na frente de ataque leonina, mas bem apoiado por Valdés. O 31 começou por levantar o estádio com uma bola ao lado, e fez Alvalade cerrar o punho quando atirou para o 1-1. Percebeu mais rápido que Samuel que o remate do chileno levava fogo e que Cássio não ia segurar. Nessa fé própria dos pontas-de-lança chegou primeiro e atirou a contar, num jogo em que voltou a trabalhar imenso.

Vukcevic
Uma entrada muito boa e o renascimento depois de ver Maykon arrancar pelo flanco fora. O montenegrino estava com alma e bastante disponível para a partida e, quando assim é, Vukcevic é capaz de assinar dos mais belos lances e de levar a equipa para a frente. Entendeu-se muito bem com Valdés, tentou o golo de fora da área e conquistou espaço para o Sporting criar perigo. Já com 2-2, tentou o golo da vitória, mas a bola saiu ao lado.

Luís Catita
Um penalty mal assinalado a favor do Paços, outro que ficou por marcar a favor do Sporting e ainda outro lance de dúvida, já nos descontos. Basta dizer isto e olhar para o resultado para perceber que teve influência no marcador. Foi dos piores em campo. Se não mesmo o pior. O Paços já ganhara em Alvalade com a mão de Ronny. Agora, a mão foi outra.





Destaques dos Treinadores:

O treinador do Sporting, Paulo Sérgio, em declarações após o jogo com o P. Ferreira da 16ª jornada da Liga, que os pacenses venceram por 3-2, com arbitragem polémica de Luís Catita e que terminou com protestos das bancadas de Alvalade e antes de José Eduardo Bettencourt se demitir de presidente do Sporting:

«Quem treina um clube grande e não ganha sujeita-se aos protestos, porque as pessoas, no momento em que a partida termina, analisam com emoção e dificilmente com razão. Foi um jogo em que o Sporting fez muito para ter um resultado diferente, reconhecendo a boa organização do Paços. Mas a partida teve demasiadas peripécias, e graves, em nosso desfavor, estivemos sempre a correr contra o prejuízo. Um pontapé feliz do meio-campo deu num golo fantástico.

A equipa regressa ao jogo, com o Cássio a fazer um punhado de excelente intervenções e depois uma penalidade que me parece inexistente. Depois, há um penalty a favor do Sporting que não se marca, e a seguir cometemos um erro a defender a bola, que dá no terceiro golo. Mas aí já tínhamos duas bolas na baliza. Tentámos chegar ao golo e não conseguimos. Foi demasiada pancada na mesma equipa, que não teve a melhor reacção, porque já tinha sofrido essa injustiça duas vezes. Salvaguardando as diferenças entre um clube e outro, e dando mérito ao Paços, mas penso que correu tudo a favor para chegarmos a este resultado. Como vou motivar jogadores? Nestes momentos em que levamos pancada de toda a gente é que se vê quem tem perfil e carácter. Quem é forte sabe responder já amanhã.»



Sente-se com condições para continuar?

«Continuarei sempre até me quererem cá. Jamais vou desistir. Tenho noção do que são as nossas capacidades e dificuldades. Faço avaliação de que estamos a fazer trabalho sério e a favor do Sporting. Mais fragilizado? É sempre assim, quando não se ganha é sempre assim. Não podemos querer o melhor dos dois mundos, não podemos querer gente nas bancadas só a darem pancadinhas nas costas.»

Falou em dualidade de critérios na arbitragem, quer especificar?

«Dou um exemplo. No lance que o Liedson leva amarelo, e que teve mais de aparato do que outra coisa, antes, o meu querido Leonel Olímpio teve jogada igual e não viu amarelo. Há um conjunto de situações, nunca tenho falado de arbitragem, mas hoje tinha de o fazer.»





O treinador do P. Ferreira, Rui Vitória, em declarações após o jogo com o Sporting da 16ª jornada da Liga, que os pacenses venceram por 3-2, com arbitragem polémica de Luís Catita:

«Fundamentalmente, tem de se valorizar o Paços, que é uma equipa pequena e chega ao campo do Sporting e tem este atrevimento. Nesse sentido, os jogadores estão de parabéns, passaram para a prática o que idealizámos. Fomos premiados pelo esforço. Já há muito tempo que merecíamos uma vitória destas. Os jogos não dão todos na TV, mas há muito tempo que jogávamos bem e não conseguíamos. Olhando a minha equipa, tivemos entrega e postura, o que me deixa satisfeito.



Em relação ao penalty, ao longo deste campeonato ainda não tive nenhum penalty a favor [ndr: o Paços beneficiou de uma grande penalidade no Bonfim, que David Simão desperdiçou]. Já tivemos lances em que já fomos prejudicados. O futebol é assim e não é fácil vir a Alvalade fazer três golos. Fomos felizes no final, mas, de vez em quando, a felicidade aparece aos mais pequenos e nós fizemos por isso.»

Ganhou duas vezes ao Sporting é especial? Como está a questão da renovação com o Paços?

«Em relação aos triunfos com o Sporting, o que interessava era somar três pontos. Já merecíamos ter mais pontos, estes três são ouro e vieram equilibrar o nosso percurso. Quanto à renovação, adoro estar em Paços de Ferreira e o importante é não desviarmo-nos dos nossos objectivos. Na devida altura teremos a capacidade de nos sentar e perceber o que é melhor para cada uma das partes.»


Texto: maisfutebol




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