segunda-feira, 3 de janeiro de 2011 | | By: BestOfFutebol

Porto vs Nacional 1-2 (Taça da Liga)

A Taça da Liga não é definitivamente uma competição que faça bem ao F.C. Porto. No regresso à prova que significou a última derrota, na final da última época, com o Benfica, a equipa voltou a perder. Fê-lo com estrondo, em apenas oito minutos, crucificado por um Anselmo que voltou a pregar a cruz no Dragão.

O avançado entrou em campo a quinze minutos do fim e num instante virou do avesso um jogo que parecia destinado a perpetuar a caminhada imbatível do F.C. Porto. Primeiro aproveitou um erro enorme de Kieszek, ele que comprometeu o futuro no segundo jogo oficial, depois aproveitou a apatia geral.

Curiosamente Anselmo já era um velho conhecido do Dragão muito antes desta noite heróica. Tinha sido também ele o carrasco, por exemplo, há quase quatro anos, quando ditou uma derrota caseira do F.C. Porto. Desta vez fez muito melhor: interrompeu uma série de 36 jogos sem perder do líder do campeonato nacional.

Para além dessas curiosidades, sobra a notícia mais relevante: o ano de 2011 começou muito mal para o F.C. Porto. Começou mal a todos os níveis, aliás. A equipa jogou mal, não teve soluções para ultrapassar a solidez defensiva do Nacional, marcou de penalty e nem assim evitou a derrota que chegou pouco depois.

Durante toda a primeira parte, por exemplo, o F.C. Porto não conseguiu por uma vez rematar dentro da área. Finalizou muito, é verdade que sim, teve a posse de bola e empurrou o adversário para trás, mas só atirou à baliza do Nacional de muito longe. Um grande tiro de Hulk para excelente defesa de Bracalli foi pouco.

Na segunda parte melhorou um pouco, sobretudo após a subida do mais explosivo Guarín no terreno, por troca com João Moutinho, mas ainda assim não chegou para alterar a tendência pobre do jogo. Fez um golo de penalty que alimentou a esperança de vitória, mas deitou tudo a perder em dois erros defensivos.



É impossível não associar a primeira derrota às alterações de Villas-Boas. Para além da cruz que Kieszek terá de carregar por muito tempo, sobrou sempre a impressão que uma defesa com Sereno e Emídio Rafael não augurava nada de bom. Durante a primeira parte, por exemplo, já tinham ficado alguns avisos.

Mais tarde concretizaram-se num final de jogo trágico para o Dragão. Para além da derrota, sobrou um aviso sério: vai ser um 2011 difícil. Villas-Boas já o tinha dito antes, esta equipa tornou-se um alvo a abater. Em nenhum jogo como este, porém, se terá notado tão energicamente a vontade de travar o dragão.

O Nacional deverá muito bem ter sido o adversário mais difícil no Dragão. Difícil pela agressividade, difícil pela robustez, difícil pela pujança. Difícil também porque não teve receio de fazer faltas feias, de travar o jogo, de defender com dez jogadores atrás da linha da bola e numa constante solidária combatividade.

Perante isto, desmoronou-se a imaginação portista e quebrou-se a onda de positivismo que levou 30 mil adeptos ao Dragão numa noite de Janeiro para ver um jogo da Taça da Liga. O F.C. Porto já não é imbatível. Descobriu-se no regresso a uma Taça da Liga maldita, que começou agora e já ficou muito comprometida.



Villas Boas:
«Não há que penalizar uma equipa que rendeu como esta. Obviamente que é uma derrota e temos de evitar derrotas a todos os níveis. Mas fizemos um percurso bom e temos de nos focar no Marítimo com a máxima agressividade para voltarmos às vitórias.

Se há jogadores que ficaram com uma cruz? Os erros acontecem sempre de uma forma colectiva. Recordo que antes do lance do Kieszek tentámos uma construção curta e falhámos. Não há qualquer tipo de penalização, nem há cruzes aqui neste clube.



A equipa não foi abaixo, isso não está em questão. A questão são os erros colectivos. Além disso, na primeira parte podíamos ter feito mais, tivemos muitos remates mas fomos pouco incisos, andámos perto da baliza, mas rematámos muito ao lado.

Crescemos um pouco na segunda parte, envolvendo os laterais e aumentando a dinâmica colectiva, mas ainda assim não chegou para alcançarmos a vitória. Não está em causa o compromisso, a exigência ou a concentração que tivemos.

Agora temos de esperar que o Nacional escorregue, porque não vamos poder chegar aos nove pontos. Para ficarmos em primeiro temos de esperar que o adversário perca pontos, mas antes de mais temos de nos comprometer com a vitória nos nossos jogos.»

Jokanovic:
«Agora é fácil falar. Antes do jogo disse aos meus jogadores que o F.C. Porto não vai ganhar sempre. A minha pergunta foi: por que não vamos ser nós? Esta minha equipa pratica um bom futebol em todos os campos. Defrontámos uma das melhores equipas da Europa, os jogadores perceberam que podia ser o jogo deles, trabalharam bem e ganhámos. A partir de hoje podemos assumir o favoritismo neste grupo.



De certeza que isto vai ser falado muito durante a semana, mas o Nacional já venceu várias vezes o F.C. Porto. Se no domingo não vencermos o Beira Mar, esta vitória não vale de nada. Temos dois dias para desfrutar deste resultado, porque é difícil lidar com estes sucessos. A partir de terça-feira temos de nos concentrar completamente no jogo com o Beira Mar e temos de trabalhar bem isso.

O que se passou para ser expulso? Quem me conhece sabe se sou muito directo. Às vezes os médicos dão-me um comprimido para acalmar, mas só dura dois ou três minutos. Hoje houve dois penalties não assinalados a nosso favor e eu explodi. Depois acalmo-me, mas naquele momento não consigo. Tenho de trabalhar nisso, às vezes exagero nas reacções, mas não há nada a fazer.»

Hulk:
«Tínhamos o jogo controlado, falhámos oportunidades e depois aconteceram dois imprevistos. Queremos já ganhar no próximo sábado. Voltámos das férias de igual forma, mas cometemos um erro e fomos penalizados. 100 jogos pelo F.C. Porto? Todos são especiais. É uma marca muito bonita numa grande equipa da Europa.»



Anselmo:
Anselmo é uma espécie de besta negra do F.C. Porto. Tem uma tendência obsessiva por marcar aos azuis e brancos e estragou uma série brilhante (36 jogos sem perder) ao adversário ao bisar no Estádio do Dragão. No passado, já por duas vezes desfeiteara a baliza do adversário azul e branco.

A primeira aconteceu há quase quatro anos, numa vitória do Estrela da Amadora no terreno do F:C: Porto. Também aí Anselmo começou o jogo no banco de suplentes e também aí foi lançado na fase derradeira do duelo, para decidir tudo no suspiro final. Tudo aconteceu a 3 de Fevereiro de 2007 na ronda 17 da Liga 2006/07.



Dois anos depois, Anselmo voltou a atacar. Na segunda-mão das meias-finais da Taça de Portugal, o avançado marcou ao F.C. Porto na Reboleira, num jogo que acabou com 2-1 para o emblema da Amadora. Apesar disso, foram os dragões a seguir em frente na prova.

Aos 26 anos, o ponta-de-lança natural de Freiria (Torres Vedras) dá novo impulso a uma carreira que, não raras vezes, adormece. Esta época, por exemplo, Anselmo ainda não tinha feito qualquer golo e surgira apenas quatro vezes em jogos do campeonato nacional.

Anselmo habituou-se desde cedo, de resto, a sentar-se no banco de suplentes. Não é um executante exímio, nunca será um predestinado, mas tem o dom do oportunismo e da resolução fácil na área contrária. Para alguém de sangue português, estas até são características nada despiciendas.

Texto: maisfutebol



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2 comentários:

BestOfFutebol disse... [Responder a Comentario]

Um Jogo muito mau para ser Verdade... tirando os primeiros minutos da segunda parte o Porto fez um jogo sem inspiração, sem ambição e principalmente sem vontade...

Já sabemos que é a Taça da Liga, mas não compreendo como na maioria das vezes os jogadores que não são titulares, estão sempre a pedir oportunidades, e quando as têm jogam desta forma...

Refiro-me nao so ao GR mas a Ukra ao Rafa e até mesmo ao Ruben que nos ultimos jogos que tem jogado, não parece o mesmo jogador do ano passado...

Em mais de 100 jogos que já fui ver as Antas e ao Dragão esta foi a 1ª Vez que vi o Porto perder... :)

Unknown disse... [Responder a Comentario]

alguma vez teria de acontecer, já não faltavam tentativas para tal, mas acabaram por perder por culpa própria, mas a meu ver, justo seria um empate, ainda bem que a derrota foi a contar para a Taça Da Luz, assim pode servir para abrirem bem os olhos pois a época ainda vai a meio e só se ganhou uma taça a uns caceteiros, nada mais.

Péssimo, péssimo árbitro, não marcou nenhum penalti dos dois existentes (quem assinalou um foi o assistente).

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