BestOfFutebol: Braga - Partizan 2-0

Um grande golo de Lima e um contra-ataque prefeito permitiram ao Sp. Braga dar o primeiro passo para fazer as pazes com a Champions. A equipa ganhou, estreou-se aliás a marcar na fase de grupos e somou os primeiros pontos. Apesar disso parece claro que continua a pagar os juros da goleada em Londres.

Depois da derrota com o Arsenal nada voltou a ser igual. Os seis golos do gigante inglês abalaram os alicerces mais importantes e arruinaram a ilusão que tinha permitido bater o Sevilha, por exemplo. Depois disso, repete-se, nada voltou a ser igual. Vai demorar algum tempo a sê-lo, aliás: há coisas que só o tempo cura.

Ora enquanto o tempo não passa, o Braga continua a somar minutos de muito esforço e rara inspiração. A equipa corre, luta, tenta aproveitar cada instante de uma Liga dos Campeões que é história. Mas falta-lhe mais. Falta-lhe a fantasia que Fernando Pessoa imortalizou numa frase: deus quer, o homem sonha, a obra nasce.

Sem a capacidade para sonhar do início da época, a formação de Domingos bate-se com os próprios fantasmas. Sobretudo falha passes: falha demasiados passes. Com isso perde rapidez, perde imaginação, perde fluência, perde capacidade de estender o futebol no relvado. O jogo fica chato, a noite aborrecida e o público inquieto.

Esta noite, perante um Partizan que estava claramente ao alcance de uma vitória mais tranquila, o Sp. Braga pôs-se a jeito durante largos minutos, deixou o Partizan crescer e só duas excelentes defesas de Felipe evitaram o empate que podia trazer custos pesados. O brasileiro tornou-se fundamental nesse momento.

Antes disso, é preciso lembrar, a formação de Domingos já tinha marcado no primeiro remate à baliza, num grande golo de Lima na marcação de um livre. A vantagem no resultado permitiu à equipa tranquilizar-se e ser ligeiramente melhor até ao intervalo, embora não muito, num primeiro tempo pobre até irritar.

Um excelente cabeceamento de Paulão para grande defesa de Stojkovic provocou um início da segunda parte mais feliz do Sp. Braga. Até que chegaram os dez minutos finais, Matheus falhou na cara do guarda-redes sérvio e o Partizan partiu para instantes de superioridade que lançaram vários sobressaltos nas bancadas.

No último minuto Alan teve um excelente toque de peito, lançou depois Luis Aguiar que serviu Matheus para um golo fácil... um golo fácil, uma vitória suada e uma esperança maior. Os bracarenses cumpriram a obrigação de vencer o adversário mais frágil e começaram a recuperar o sonho de fazer uma boa Liga dos Campeões.