Paulo Sérgio tinha pedido mais alma para 2011, mas a verdade é que o primeiro teste do ano mostrou mais do mesmo. O Sporting estreou-se na Taça da Liga com as mesmas limitações que trazia de 2010 e com mais duas bolas nos ferros. Só com a entrada de Simon Vukcevic é que os leões conseguiram derrubar a muralha da Naval e somar os primeiros pontos no Grupo D. Foi o prescrito montenegrino que trouxe consigo a nova alma que o treinador tinha pedido.
Ainda sem reforços, João Pereira voltou a ser solução para o lado direito do meio-campo, abrindo espaço para Abel mais atrás, com Yannick Djaló, sobre a esquerda, a pretender dar maior largura ao ataque dos leões que voltava a juntar Postiga a Liedson. A equipa de Alvalade até entrou com força de vontade, assumindo as despesas do jogo, com Maniche e André Santos muito activos no miolo.
O pior era mais à frente, onde a Naval montou um primeiro bloqueio que os leões raramente conseguiram ultrapassar com a bola controlada. Yannick Djaló demorou a entrar no jogo, flectindo muitas vezes para o centro, deixando Evaldo sozinho sobre o flanco. O jogo dos leões descaia, assim, sobre a direita, mas sem conseguir profundidade suficiente para incomodar Salin.
Não foram precisos esperar muitos minutos para os jogadores do Sporting, sem outras soluções, começarem a optar pelos pontapés de longe. Quase toda a gente tentou, mas Carriço foi o único a provocar calafrios, com uma bola que passou a rasar a trave.
Pelo meio, a Naval fez duas sortidas que colocaram a defesa leonina em sentido, primeiro por Fábio Júnior, depois por Marinho. Os leões aceleraram o ritmo de jogo e voltaram a cheirar o golo com um remate de Postiga à trave. Parece sina, mas foi apenas mais um sinal de que pouco mudou em relação a 2010.
1ª: Parte:
Paulo Sérgio deixou tudo igual para a segunda parte e a equipa continuou na mesma-lenga, com passes certinhos no meio-campo para depois perder a bola à entrada da área, sem conseguir criar espaços para o remate. Mais do que se passava no relvado, foi o aquecimento do «renegado» Vukcevic que entusiasmou os adeptos.
Era sinal de que alguma coisa estava prestes a mudar. O montenegrino entrou para jogar sobre a direita, com João Pereira a recuar no terreno e, em poucos minutos, o Sporting ganhou uma nova dinâmica. Finalmente havia alguém que se mexia na frente, que ganhava espaços, abria linhas de passe e brechas na defesa da Figueira.
Foi uma jogada que teve início no montenegrino que permitiu a Postiga encher o pé e colocar de novo Salin em jogo com uma grande defesa. O Sporting crescia e Paulo Sérgio dava-lhe mais «vitaminas» com Valdés a render o insonso Djaló. Os leões conseguiam, finalmente, jogar na área da Naval, e Valdés atirou à trave, na sequência de um livre de Vukcevic, adornado com duas bicicletas de Postiga a manter a bola na zona de finalização.
Duas bolas nos ferros a minar a moral dos leões. Mas Vuk nunca baixou os braços e, na sequência de novo livre, o montenegrino atirou a contar, beneficiando de um desvio em carlitos para bater Salin.
2ª Parte:
Com o caminho aberto, a Naval abriu as suas linhas e o Sporting pode finalmente respirar, com mais espaço em campo. O segundo golo chegou logo a seguir, com Postiga a encontrar Liedson na área e o levezinho a atirar para as redes com um remate à meia-volta.
A Naval de Fernando Mira estava programada para defender e nunca esboçou uma reacção aos golos do adversário a não ser evitar sofrer mais. Dores de cabeça para o novo treinador Carlos Mozer que assistiu ao jogo da bancada.
Paulo Sérgio:
«Considero que a primeira parte também é conseguida, apesar de termos cometido alguns pecados. A equipa soube ter a bola, soube circular, soube ser paciente, mas em alguns momentos precipitámo-nos. Precipitámo-nos a rematar e em alguns passes desnecessários. O que disse ao intervalo foi que era preciso manter a postura, e corrigir a ocupação dos espaços que não foi correcta no primeiro tempo. Além disso, pedi que mantivessem um ritmo elevado para termos espaços. A equipa teve essa postura e essa agressividade no bom sentido».
[Mas as alterações, com as entradas de Vukcevic e Valdés, tiveram influência na mudança de atitude?]
«Não quero desvalorizar uma coisa, nem a outra. Os que lá estiveram primeiro fizeram o seu trabalho, criaram desgaste e abriram caminho para que eles entrassem com um bom desempenho».
[Mas o treinador da Naval diz que a primeira parte foi equilibrada, não concorda?]
«Não vou comentar o que o Mira disse. Tivemos ocasiões na primeira parte, tivemos bolas nos ferros e boa circulação na bola. Tivemos alguns passes desnecessários, havia que manter a paciência para encontrar os espaços. Penso que melhorámos na segunda e foi isso que fez a diferença na segunda parte».
[Era importante vencer este jogo antes do jogo com o Sp. Braga?]
«Era importante vencer este jogo porque é sempre importante vencer os jogos nesta casa».
[Vukcevic foi pedir desculpa aos adeptos?]
«O Vuk não pediu desculpa aos adeptos, foi agradecer o apoio que lhe deram. Ficou satisfeito com a equipa e com o apoio que o público lhe deu».
[Vem aí o Braga, vai mudar a equipa?]
«Vamos provavelmente manter-nos fiéis àquilo que é o sistema e o modelo. Estou apostado em variar menos, mas os jogadores escolhidos depende do trabalho durante a semana. Cada um ganha o seu espaço no onze».
[Yannick Djaló saiu lesionado?]
«Teve uma queixazita como puderam verificar ao longo da semana. Mas estou aqui a atirar para o ar, porque não falei com o médico. Mas penso que não será nada de grave, foi ele que me pediu para sair».
Fernando Mira:
«Fizemos uma primeira parte excelente, dividimos o campo com o Sporting e tivemos algumas oportunidades, como o Sporting teve. Na segunda parte sabíamos que o Sporting ia entrar forte. Eles acabaram por ter a sorte do jogo como autogolo do Carlitos. A partir daí o Sporting controlou o jogo».
[Como vai ser a passagem de testemunho a Carlos Mozer?]
«Vai ser uma passagem normal. Vamos ter uma reunião amanhã, o Mozer vai ser apresentado. Vamos ter uma reunião e falar muito».
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Sporting vs Naval: 2-0 (Taça da Liga)
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1 comentários:
vim aqui para ver o golo do Liedson e gostei da crónica, parabéns! :)
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